Gulbenkian e os seus anfitriões

«Et puisque les animaux qui peuplent aussi votre beau Jardin sont un peu mes hôtes, j’aurais plaisir à leur témoigner ma sympathie, et je pense que vous voudrez bien accepter pour eux le chèque ci-inclus.»

– Calouste Gulbenkian, correspondência com Fernando Emílio da Silva, Presidente do Jardim Zoológico de Lisboa, 23/04/1952.

«Calouste ruma a Lisboa em Abril de 1942. Faz-se acompanhar pela mulher Nevarte, a secretária e dama de companhia, Mme. Theis, o seu massagista e o chefe de cozinha oriental. Tinha 73 anos. Instalar-se-ia no célebre Hotel Aviz [demolido], na companhia de cerca de uma dúzia de gatos e dos pássaros que adorava, e nunca chegaria a partir.» – Texto biográfico da Fundação Gulbenkian.

«Todas as manhãs, quando os médicos consentiam, um automóvel levava-o para Montes Claros, em Monsanto, que Salazar transformara em parque. Aí, Gulbenkian dava o seu passeio solitário, após o que se sentava debaixo da ‘minha árvore’, tendo primeiro descalçado sapatos e meias para poder sentir a relva debaixo dos pés.» – Jonathan Conlin, O Homem Mais Rico do Mundo – As Muitas Vidas de Calouste Gulbenkian.

«Homem de ciência e sonhador num jardim à minha maneira, são as duas coisas, os dois grandes objectivos da minha vida que não consegui atingir…» – Calouste Gulbenkian

«[O jardim é] a peça principal das suas obras, porque é a mais viva, a mais íntima e a mais delicada, a mais secretamente reservada aos seus devaneios.» – Alexis Leger/ Saint-John Perse (Prémio Nobel da Literatura 1960), correspondência com Calouste Gulbenkian, o qual adquiriu em 1937 os 34 hectares de Enclos (Normandia), com árvores frondosas e pontos de água, para aí manter um jardim. Nele, mandou construir capoeiras e estábulos, onde albergar os seus animais. Em 1973, a Fundação doou a propriedade à cidade de Deauville, na condição de aí fazer um parque. Fonte: Astrig Tchamkerten, “Calouste Sarkis Gulbenkian – O homem e a sua obra”.