Uma denúncia ainda…
São preferíveis os autarcas que nada fazem, pois os que fazem só para mostrar serviço, só para conquistar o voto do zé da esquina, mais valia estarem quietos, pois praticam crimes, ainda que legalmente permitidos, socialmente normalizados.
Nem é uma questão partidária. No caso particular em apreço, o partido até é o mesmo. O Dr. Rosa era acusado de nada fazer pelo parque urbano, ele apenas deixava as plantas viver e florescer. Depois veio a Dra. Lima e lixaram-se bem as plantas, podadas o ano todo (até no Verão, como se pode ver na foto). Neste bairro de toponímia arborícola, não há registo de tanta destruição do património biológico em tão pouco tempo. Uma hecatombe silenciosa. Ninguém quer saber. Na verdade, são os cidadãos que pedem as podas agressivas: tiram-lhes a vista, incomodam-os a queda outonal das folhas sobre os carros, são alérgicos ao pólen, inventam todo o tipo de desculpas para reclamarem a morte do que vive. Em breve, restará apenas o nome do bairro e alguns palitos raquíticos a que só por eufemismo se pode chamar de árvores. As alergias, os vírus, as pandemias, não diminuirão, pelo contrário, destruindo os grandes sistemas radiculares e rizomáticos (que se interpenetram na Natureza), pântano e deserto alastrarão, os quais têm em comum as areias movediças, não mais consolidadas por florestas vivas. Qual a causa? Autarcas servis do infantilismo criminoso a que se resolveu chamar direitos de cidadania. Reclamar o corte de árvores ancestrais é crime, tal como seria pedir para cortar braços e dedos a anciãos humanos. É preciso libertar os outros seres vivos dos nossos caprichos e desvairios que os impedem de viver. É preciso dizer não ao vampirismo da espécie dita humana.